sexta-feira, 1 de junho de 2012

Clariô, meu pai!

 A ilustre presença da cantora Virgínia Rosa nus clareou...

Quinta-feira, 31, as oito, é compromisso assumido. Fui. Fiquei maravilhado. Coisa de primeiro mundo. Ideia soberba, suada, bem-vinda.

Meus amigos varzeanos não conhecem. Devem conhecer. Um palco. Um espaço. O Espaço Clariô de Teatro. Fica pertinho. No centro de Taboão. Ao pé do Morro do Cristo. Tudo a ver. Na rua Santa Luzia, 96.

Extensa programação ali rola. São oficinas de teatro. Percussão. Interpretação. Cultura. Boas amizades. 

Cabeça vazia é oficina do diabo, disse Mano Braw. A viagem do conhecimento é fascinante. Conheçam o Espaço Clariô.

Quintasoito faz parte da casa. E acontece sempre na última quinta-feira do mês. 

Já está na 42ª edição. Bundão fui em perder tantas apresentações.

Mas Deus é justo e verdadeiro, Benjor. Tava na parada. Na plateia assistindo uma cantora e ouvindo um teclado. 

Virgínia Rosa e Ogair Junior. Benevolentes horas.

A liga se dá na musicalidade. O domínio nos enleva. A mulher canta e encanta. A paz pede calma. Há alma. 

Como explicar o que senti no tempo ali passado?

Depois do show - A mesma voz e outro piano - um bate papo. Revelações. 

Questões que nos afligem culturalmente, socialmente. Falta de apoio governamental.

Ah! A entrada e sopa são grátis. A cerveja é que precisa estar mais gelada, reclamamos eu e David da Silva.

Belo. Bela luta travada. Somos fortes. Mario, Naruna, família. O Clariô estará na Mostra 90 anos de Jorge Andrade fazendo a leitura dramática do texto “Rasto atrás”, no Tusp, em 6 de junho, às 19h30.

Manos e minas, a pá é boa. Anote. Contato e informações: 4701-8401 / 9621-6892 - grupoclario@uol.com.br – Confira no www.espacoclario.blogspot.com

Acalorada plateia. Clariô é curtição.

Cooperifa lança Várzea Poética!

 A Ponte Preta, do Jd Leme, veste Cooperifa e ganha livros...

Na quarta-feira, 30, estivemos no Sarau da Cooperifa, no Piraporinha, comandado pelo poeta Sergio Vaz. 

O Bar do Zé Batidão ferve. É um caldeirão. Versos desfilam diante de calorosa plateia.

Do rap ao fado. Poemas ganham vida. Incentivo à literatura escrita e falada, além de renovada e sadia convivência. 

Sarau é o maior barato!

E foi aqui em Taboão da Serra que nasceu o sarau da Cooperifa. 

Relembro outubro de 2001, quando passei no recém-inaugurado Garajão, o bar do Bodão, na estrada do São Francisco, Jd Helena. 

A temática da casa era apresentar estilos diferentes de música. No meio da conversa, lancei:

- Bodão, vamos fazer o sarau dos poetas.

- Que porra é um sarau, Pezão?

- Mano, os poetas se reúnem aqui e declamam. Vou te apresentar o poeta da cidade, o Sergio Vaz.

Fomos e viemos tomar cerveja. O bar tinha recanto que era uma varanda rodeada por belo jardim. 

Local ideal para germinar aquela iniciativa. Sergio Vaz proclamou: quarta-feira é o dia consagrado à poesia.

A palavra sarau estava em desuso, no arquivo. Nós a recriamos. O Sarau da Cooperifa foi à luta. 

E, durante os dois anos que ali permaneceu, podemos sentir hoje a força daquele ato.

Reconhecida internacionalmente, após onze anos de existência, a Cooperifa, tendo como tema a periferia, iniciou o movimento poético que atingiu toda São Paulo. 

São dezenas de saraus espalhados por aí a fora.

Entre vários projetos desenvolvidos, Sergio Vaz, como boleiro que é, agora criou a Várzea Poética. 

É uma barganha cultural. A Cooperifa dá o uniforme e em troca os varzeanos devem participar do sarau.

De Taboão, depois do Unidos do Morro, a Ponte Preta, do Jd Leme, também foi agraciada com o fardamento. 

E não foi só. Os integrantes que lá compareceram receberam um kit com vários livros.

Foi uma noite mágica. Muitos amigos e lembranças a recordar. Os pontepretanos curtiram a novidade. 

Fico feliz de no principio de tudo ter sido pólen e ainda hoje poder declamar “nóis é ponte e atravessa qualquer rio...”

A várzea agradece. Uh Cooperifa!

O romancista Zé Sarmento caminha trilho capinado, a desbravar, de foice na mão...